domingo, 15 de fevereiro de 2009

[4] Natal no RN

Cheguei em Natal na tarde de terça-feira 03-março. Fui direto pro albergue em Ponta Negra que, diga-se de passagem, merece um parágrafo à parte.

De longe o Lua Cheia é o albergue mais interessante em que já me hospedei, incluindo os do exterior; e olha que não foram poucos. A originalidade deste é que ele é em formato de castelo medieval. A idéia mirabolante foi de um paulista que em janeiro de 1995 o inaugurou depois de dois anos da obra ficar em construção. O clima é um tanto quanto mórbido devido à decoração composta por bruxas, vampiros... e à iluminação, ou melhor a falta dela; principalmente a noite todos ficamos em uma espécie de penumbra. A passagem do exterior para o interior é idêntica àquelas que se vê em filmes e desenhos, com cordas ladeando uma pontezinha sobre a água. O nome dos quartos são bastante originais, o meu por exemplo se chamava Masmorra. Além de servir de hospedagem a pessoas do mundo todo, o albergue também abriga muitas festas, sendo que a mais tradicional é a de Hallowen. Junto ao castelo também há um pub chamado Taverna, onde a diversão come solta madrugada adentro.

Depois de deixar minhas coisas no Lua Cheia resolvi dar uma volta por Ponta Negra, bairro nobre que possui uma praia que atrai muitos banhistas. De volta ao albergue conheci no meu quarto Cássio, um jovem engenheiro metalúrgico de Belo Horizonte que morara um ano na Alemanha e que trabalha na siderúrgica CSA. Por meio dele ainda conheci o carioca Alysson, os paulistas Willian e Daniel, a curitibana Patrícia, a brasiliense Fabíola e a rio grande nortense Julieta. Todos fomos beber e comer algo e curtimos a noite na Taverna, onde uma banda muito boa fez um showzinho.

A quarta-feira reservei para fazer o passeio que inclui as dunas de Genipabu. É um passeio de buggy que ocorre entre as 9:00 hs e as 16:00 hs. Além do Dino da Silva Sauro, que é como nosso motorista se apresentou, fomos eu, a policial federal Fabíola e os dinamarqueses Marc e Iasak. Já sabia que quando o bug acelera nas dunas é perguntado se queremos com emoção ou sem emoção (quando o buggy quase tomba....) mas já ao sair da cidade quase batemos por duas vezes.

Alguns números: Dino disse que há cerca de 500 buggys credenciados em Natal e cerca de 800 no estado. Disse também que um Buggy custa R$48.000 mas o dele com 20 anos valia R$18.000. Ainda resta dizer que esse passeio custuma custar entre R$60 e R$80 por pessoa.

Durante o passeio, com trilha sonora excelente, escolhida pelo Dino, passamos por inúmeros locais, tiramos várias fotos, paramos em dois locais diferente para comer e banhar-nos em rio ou praia. Em duas das paradas pode-se fazer aerobunda, esqui-bunda ou kamikaze 1 e 2. Fiz estes últimos. A uma inclinação de cerca de 45 gruas se desliza por uma lona de uns 50 metros, estendida e fixada sobre a areia. Uma mangueira jorra água sobre a lona para deixá-la lisa e assim pode-se escorregar até o rio. É tudo muito rápido, questão de segundos, mas a velocidade é grande e o nível de adrenalina no sangue sobe. No kamikaze 2 deita-se vom a barriga voltada pra baixo e se desce de cabeça, o que torna a aventura ainda mais emocionante. Disse a eles que já está na hora de construir o kamikaze 3... Mas o melhor do passeio mesmo é quando o buggy adentra às dunas, principalmente quando o condutor acelera forte sobre a areia fofa. A noite participamos de um excelente jantar de integração no albergue, fomos a um forrozinho e voltamos para descansar pro dia seguinte.

Estava planejando para a quinta fazer um passeio pelo "caribe brasileiro", Maracajáu, onde se diz que é excelente para a prática do mergulho de superfície, mas disseram que a maré alta não ia deixar. Dessa forma optei por conhecer o centro e outros locais de Natal. Conheci a estranha catedral, o memorial de Câmara Cascudo, que não faz jus à importância deste, o teatro Alberto Maranhão e andei muito pelos arredores desses locais. Depois decidi conhecer o maior cajueiro do mundo que fica em Pirangi. Peguei uma vanzinha que depois de uns 20 minutos me deixou do lado do cajueiro.
A árvore cobre uma área de aproximadamente 7.500 m2, com um perímetro de aproximadamente 500 m. O cajueiro foi plantado em 1888. O crescimento da árvore é explicado pela conjunção de duas anomalias genéticas. Primeiro, em vez de crescer para cima, os galhos da árvore crescem para os lados; com o tempo, por causa do próprio peso, os galhos tendem a se curvar para baixo, até alcançar o solo. Observa-se, então, a segunda anomalia: ao tocar o solo, os galhos começam a criar raízes, e daí passam a crescer novamente, como se fossem troncos de uma outra árvore. A repetição desse processo causa a impressão de que existem vários cajueiros, mas na realidade trata-se de uma única árvore.

Voltei para o albergue para tomar um banho, pegar a mochila e partir rumo a Jericoacoara. Mudei os planos completamente. Ao longo da viagem obtive vários sinais tanto de amigos quanto de viajantes sobre Jericoacoara e então decidi visitá-la. Viajarei madrugada adentro e farei uma pequena parada em Fortaleza na sexta de manhã para trocar de ônibus. Depois de cerca de três dias naquela cidade volto para conhecer Fortaleza, Canoa Quebrada e descer rumo à Recife, que é de onde retorno ao Rio.

Não posso dizer que Natal me decepcionou, mas também não posso dizer que me impressionou. Ficar hospedado no albergue-castelo Lua Cheia e fazer o passeio sobre as dunas tornaram a passagem por essa cidade especial, mas não sei, esperava um pouco mais. Não sei se influenciou o fato de achar que Natal fosse uma cidade pacata e, no entanto, ter escutado ao menos duas histórias de violência envolvendo turistas no período que fiquei lá. Também achei Natal urbanisticamente inferior a João Pessoa. Do que não posso reclamar é do tempo: dias de sol intenso!

Um comentário:

Syl disse...

Mto bom seu relato de Natal, me lembrou mto o período que passei lá (alguns dias em 2002, em plena Copa do Mundo)!

Fiquei no mesmo albergue e tb adorei, principalmente o pub anexo! Totalmente diferente.

Ah, fui a Maracajaú mas não achei láááá essas coisas não... Talvez pq antes de ir lá eu tinha acabado de voltar de Noronha, aí é até covardia! rsrsrs

bjs!